Segundo o geógrafo Claudio Egler, a geo-história do Rio de Janeiro (RJ) pode ser descrita como um processo de ocupação de três baixadas, a da Guanabara, Jacarepaguá (chamada pelo referidor autor de Jacarepaguá e Lagoas Costeiras) e de Sepetiba. Delimitando essas três baixadas estão os maciços do Gericinó-Mendanha, da Pedra Branca e da Tijuca.
Buscando conhecer os limites de cada uma dessas regiões, nos deparamos com um problema. Por um lado, se é fácil encontrar mapas na internet que identificam esses maciços, o mesmo não pode ser dito de tais baixadas.
Diante desse situação, o blog resolveu fazer um esboço da regionalização do Rio de Janeiro (RJ) baseado nas seis regiões (três baixadas e três maciços) anteriormente citadas. Todos os dados que utilizamos são baseados no shapefile de geomorfologia do município do Rio de Janeiro (RJ), retirados do site do BDIA (Banco de Dados e Informações Ambientais) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nela, consideramos como baixada não somente as unidades geomorfológicas de Planícies litorâneas e Planícies e Terraços Fluviais, mas também as unidades geomorfológicas conhecidas como Colinas e Morros da Depressão da Guanabara.
Baixada da Guanabara
Região que não se limita ao Rio de Janeiro (RJ), a Baixada da Guanabara é formada em sua maior parte pela unidade geomorfológica das Colinas e Morros da Depressão da Guanabara. Constam dela ainda compartimentos das Planícies Litorâneas brasileiras, que perfazem grandemente sua linha de contato com a Baía da Guanabara, e um compartimento de Planícies e Terraços Fluviais, localizado a oeste.
Contudo, é válido observar que no interior dessa região há um exemplar dos Maciços Costeiros Fluminense (a Serra da Misericórdia), o que leva essa região a não incluir todas as áreas no interior do seu perímetro.
Baixada de Jacarepaguá
Região inteiramente carioca, a Baixada da Jacarepaguá é formada em sua maior parte pela unidade geomorfológica das Planícies Litorâneas brasileiras. Entretanto, em seu setor nordeste, constam duas unidades das Colinas e Morros da Depressão da Guanabara, separadas por um compartimento de Planícies e Terraços Fluviais.
(...) região situada entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca e o oceano, compreendendo: a extensa planície recém-formada de terras firmes entremeadas de turfa, na qual se desenvolvem atividades agrícolas e pastoris: a restinga e a faixa litorânea paludosa que vai da Ponta de Juatinga (...) ao morro do Rangel, com seus campos, matas tropófilas, sacos, igapós, ilhas, pontais, pântanos insulares, charcos salgados e paludes de águas doces captadas das vertentes das serras do Barata, Engenho Velho, Prêtos Forros e Três Rios - serras essas que fecham a complexa bacia hidrográfica da baixada onde se vêem intercaladas as lagoas de Jacarepaguá, Camurim (...), Tijuca e, mais próximo da praia, separada destas pela restinga de Itapeba (...), a de Marapendi. (Silva, 1962, p. 64).
Baixada de Sepetiba
Região que não se limita ao Rio de Janeiro (RJ), a Baixada da Sepetiba é formada em sua maior parte pela unidade geomorfológica das Planícies Litorâneas brasileiras, que perfazem grandemente sua linha de contato com a Baía de Sepetiba. Constam ainda compartimentos de Colinas e Morros da Depressão da Guanabara, além das Planícies e Terraços Fluviais.
Contudo, é válido observar que no interior dessa região há dois exemplares dos Maciços Costeiros Fluminense (um primeiro bloco formado pela Serra da Paciência, mais a norte; um segundo bloco, mais a sul, formado pelas Serras de Inhoaíba, de Santa Eugênia, do Cantagalo e da Serra da Capoeira Grande, em sentido anti-horário), o que leva essa região a não incluir todas as áreas no interior do seu perímetro.
Maciço da Pedra Branca
Região inteiramente carioca, o Maciço da Pedra Branca é formado apenas por uma unidade geomorfológica dos Maciços Costeiros Fluminense.
De sua porção mais central partem inúmeras serras e vales em diversas direções, destacando-se: serra de Guaratiba, que se estende aproximadamente por 18 km até chegar à Barra de Guaratiba, onde se encontram os morros dos Caboclos (398 m), Toca Grande (557 m) e o pico do Morgado (398 m); serra do Quilombo, na qual está inserido o morro do próprio nome (689 m) e o morro de Santa Bárbara (857 m); serra do Nogueira na porção SE; serra do Barata e a serra de Bangu, no extremo norte do maciço (Costa, 1986). (Otaviano, Lima e Costa, 1999, p. 71).
Maciço da Tijuca
Região inteiramente carioca, o Maciço da Tijuca é formado apenas por uma unidade geomorfológica dos Maciços Costeiros Fluminense.
Maciço do Gericinó-Mendanha
Região que não se limita ao Rio de Janeiro (RJ), o Maciço do Gericinó-Mendanha, no município citado, é formado apenas por um fragmento de uma unidade geomorfológica dos Maciços Costeiros Fluminense.
Fontes:- Claudia Arcanjo Otaviano, Ilza Solis Lima e Vivian Castilho da Costa. Erodibilidade das bacias hidrográficas do Maciço da Pedra Branca - RJ. 1999.
- Claudio Antonio Goncalves Egler. O Rio de Janeiro e as mudanças climáticas globais: uma visão geoeconômica. 2008.
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados e Informações Ambientais. Geomorfologia. 2024.
- Julio Romão da Silva. Geonomásticos Cariocas de procedência Indígena. 1962.
- Wikipedia. Maciço da Tijuca, Maciço da Pedra Branca e Serra do Mendanha. 2024.
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