A retratação da pobreza na Argentina por um membro da imprensa brasileira

Quando a esquerda administrava a Argentina, a direita frequentemente utilizava os altos índices de pobreza como argumento para criticar as políticas econômicas do governo. No entanto, quando a direita assumiu o governo e implementou suas políticas, a pobreza não diminuiu – pelo contrário, aumentou. A mídia brasileira, em vez de analisar esse fato, trilhou um caminho distinto: com base em um critério misterioso, concluiu que a pobreza na Argentina é menor do que no Brasil.

Segundo a Folha de São Paulo:

Apesar de ter crescido na Argentina sob o governo de Javier Milei e caído no Brasil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a proporção de argentinos pobres é bem menor que a de brasileiros, quando observada por um mesmo parâmetro.

Em 2022, a Argentina tinha 10,9% de pobres, enquanto o Brasil tinha 23,5%, de acordo com cálculos de Marcelo Neri, diretor do FGV Social, que construiu uma série histórica comparando a pobreza nos dois países de 2011 a 2022. (Folha de São Paulo, 2024).

Quem lê apenas o título da matéria — Apesar de ciclo de crises na Argentina, pobreza no Brasil segue maior, diz pesquisa — pode até acreditar que estamos pior do que a Argentina.

Fonte:
- Folha de São Paulo. Apesar de ciclo de crises na Argentina, pobreza no Brasil segue maior, diz pesquisador. 2024.

Últimas modificações

16/12/2024