O município do Rio de Janeiro é regionalizado neste blog em seis grandes unidades físicas: três baixadas e três maciços. Essas regiões refletem não apenas a diversidade do relevo carioca, mas também a distribuição estratégica de equipamentos urbanos e ambientais. Um exemplo importante dessa organização é a instalação de radares meteorológicos nos três maciços da cidade — o Maciço da Tijuca, o Maciço da Pedra Branca e o Maciço de Gericinó-Mendanha.
Por óbvio, a escolha dos maciços para a instalação desses equipamentos está diretamente relacionada à altitude, que favorece uma maior cobertura e eficácia no monitoramento. Com base nessa escolha, os radares podem desempenhar papel fundamental no acompanhamento das condições atmosféricas, contribuindo para a prevenção de desastres naturais e para a tomada de decisões por parte dos órgãos públicos. A seguir, apresentamos as principais características de cada um desses equipamentos.
O radar do Sumaré iniciou sua operação em dezembro de 2010. Trata-se de um radar de fabricação estadunidense, provavelmente da EEC, mas de modelo desconhecido. O equipamento possui alcance de 250 km e opera na banda C, sendo capaz de cobrir a Região Serrana do Rio de Janeiro e alcançar até a cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). Ele é operado remotamente pela Prefeitura do Rio de Janeiro, no Centro de Operações e Resiliência, localizado no bairro da Cidade Nova, mas está instalado no Morro do Sumaré, a 680 metros de altitude. Sua localização mais precisa é na região do Maciço da Tijuca. O radar permite o acesso a informações sobre precipitações que se originam entre as altitudes de 700 m e 1.800 m.
O radar de Guaratiba passou a funcionar em dezembro de 2014. Também se trata de um radar de fabricação estadunidense, provavelmente da EEC, de modelo desconhecido. O radar de Guaratiba possui um alcance de 240 km, sendo capaz de cobrir parcialmente a cidade de Quissamã (RJ). Ele é operado de forma remota pelo INEA, na Praça Mauá, mas está instalado em Guaratiba, na Fazenda Modelo, a 66 metros de altitude. Sua localização mais precisa é na região do Maciço da Pedra Branca. O radar foi instalado em uma torre com 30 metros de altura.
O radar do Mendanha passou a ser operado a partir de março de 2024. Trata-se de um radar de fabricação finlandesa, da empresa Vaisala, modelo WRS40. O radar possui um alcance de 150 km e opera na banda X, que é de tecnologia mais moderna. Seu alcance permite observar as condições meteorológicas em parte de Minas Gerais, incluindo áreas da cidade de Santos Dumont (MG). Ele é operado remotamente pela Prefeitura do Rio de Janeiro, no mesmo centro citado anteriormente, mas está instalado na Serra do Mendanha, a 730 metros de altitude. Sua localização mais precisa é na região do Maciço de Gericinó-Mendanha. O radar permite detectar a formação de granizo. Foi instalado em uma torre com 25 metros de altura.
Considerando que o Brasil possui atualmente 45 radares meteorológicos ativos, sendo o 5º país do mundo com maior número desses equipamentos — atrás apenas dos Estados Unidos (220), Japão (94), Austrália (80) e Rússia (57) —, o fato de uma única cidade como o Rio de Janeiro concentrar três desses radares em seu território é altamente significativo e expressivo no contexto nacional. A esperança é que esses instrumentos tecnológicos sirvam como base para pesquisas científicas que revelem as mudanças climáticas no século XXI.
Fontes:- Centro de Operações e Resiliência. Prefeitura do Rio inaugura novo radar meteorológico na Serra do Mendanha nesta sexta (01/03). 2024.
- O Globo. Estado instala dois radares que poderão prever chuvas com seis horas de antecedência. 2014.
- O Globo. Falhas de comunicação em série agravaram desastre histórico na Região Serrana do Rio. 2011.
- Opticanet. Rio de Janeiro: Novo radar permite detectar temporais. 2010.
- Visão Carioca. Novo radar meteorológico no Sumaré. 2010.
- WMO. Guaratiba e Rio de Janeiro - Sumaré. 2025.
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