abril 20, 2025

Outras regiões cariocas II
Outras regiões cariocas II

O município do Rio de Janeiro (RJ), como já exploramos em uma postagem anterior do nosso blog, está organizado em seis grandes regiões geomorfológicas, que incluem três baixadas – a Baixada da Guanabara (ou Fluminense), a Baixada de Jacarepaguá e Lagoas Costeiras e a Baixada de Sepetiba/Santa Cruz – e três maciços – Tijuca, Pedra Branca e Gericinó/Mendanha.

No entanto, uma análise mais detalhada do relevo carioca revela a existência de outras unidades geomorfológicas isoladas que merecem ser interpretadas como regiões distintas. Algumas delas já foram tratadas pontualmente em nosso blog. Foi o caso, por exemplo, das serras do Quitungo, do Retiro e da Posse, abordadas na postagem Alguns divisores da Baixada da Guanabara e de Sepetiba. Da mesma forma, explicamos anteriormente a Serra do Valqueire, que faz parte de um compartimento maior dos Maciços Costeiros Fluminenses, ao lado da Serra do Engenho Velho, esta última ainda não discutida.

É importante alertar, no entanto, que os nomes utilizados para essas regiões não seguem a nomenclatura científica nem o uso cotidiano do carioca. Foram expressões que nós criamos. Por isso, o leitor deve encarar tais nomes como úteis somente para a abordagem que adotamos em nosso blog.

Também vale destacar que algumas dessas regiões geomorfológicas "adicionais" podem estar dentro dos limites das seis grandes regiões já abordadas na postagem original – Outras regiões cariocas. Assim, não se trata de contrapor ou substituir a regionalização que fizemos anteriormente, mas de enriquecer a leitura do espaço carioca a partir de suas complexidades locais.

Com base nesse raciocínio, apresentamos aqui as seis outras regiões geomorfológicas do município do Rio de Janeiro, segundo o critério interpretativo adotado pelo nosso blog:

  1. Alguns divisores da Baixada da Guanabara e de Sepetiba: reúne a Serra do Quitungo, a Serra do Retiro e a Serra da Posse;
  2. Alguns divisores da Baixada da Guanabara e de Jacarepaguá: inclui a Serra do Engenho Velho e a Serra do Valqueire;
  3. Planície isolada da Zona Sul: referente à planície litorânea que circunda a Lagoa Rodrigo de Freitas, além de Copacabana;
  4. Serra isolada da Baixada da Guanabara: correspondente à Serra da Misericórdia;
  5. Serra isolada da Baixada de Sepetiba: representada pela Serra da Paciência;
  6. Serras isoladas da Baixada de Sepetiba: que inclui a Serra de Inhoaíba, a Serra de Santa Eugênia, a Serra do Cantagalo e a Serra da Capoeira Grande.

Essas seis regiões contribuem para a compreensão da complexa geomorfologia do Rio de Janeiro, especialmente no que diz respeito às serras, pois elas condicionam o sistema de drenagem e influenciam diretamente o adensamento urbano.

Ainda no que se refere às serras, diversas obras viárias foram implantadas em algumas delas. Podemos citar, por exemplo: o Anel Viário de Campo Grande, que incluirá um túnel na Serra da Posse (item 1 no mapa); a Transolímpica, com um túnel na Serra do Engenho Velho (item 2); o Teleférico do Alemão, localizado na Serra da Misericórdia (item 4); e a Transoeste, que atravessa o espaço entre a Serra da Capoeira Grande e a Serra do Cantagalo, passando nas proximidades do Morro de Santa Clara, um morrote isolado (item 6 no mapa).

Fontes:
- Beatriz Cruz Amback. Indicador de expansão urbana para avaliar a tendência de redução de espaços livres. 2023.
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados e Informações Ambientais. Geomorfologia. 2025.
- Luiz José Rebelo Osório Brandão da Silva. Os novos túneis da cidade do Rio de Janeiro: supervisão e acompanhamento técnico das escavações. 2018.
- Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Relatório final do grupo de trabalho criado pela Resolução Seconserma nº 70 de 12 de dezembro de 2017 para a atualização dos estudos relativos à proposição de proteção legal para a Serra de Inhoaíba. 2017.

Últimas modificações20/04/2025

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